sexta-feira, 10 de julho de 2009

Arau gigante

Arau-gigante (Pinguinus impennis) é uma espécie de ave alcídeo não voadora que habitava ilhas do Atlântico Norte, nas costas do Canadá, Groelândia, Islândia, Noruega e Grã-Bretanha. Apesar do nome pinguinus não possuía ligação evolutiva próxima com os pingüins.

O arau-gigante era o maior do grupo dos alcídeos, com cerca de 75 cm de comprimento para 5 kg, um peso relativamente elevado para uma ave do seu tamanho e possível apenas porque era não voador. A sua plumagem era brilhante, branca e negra, com as maiores remiges (penas de vôo) medindo apenas cerca de 10 cm, insuficientes para voar. Os pés eram pretos, bem como os dedos que estavam unidos por uma membrana interdigital de cor castanha. O bico era também negro, com riscas transversais brancas. A cabeça era predominantemente preta, com manchas de plumas brancas entre o bico e olhos.

O arau-gigante não voava mas era um excelente nadador subaquático, propulsionado pelas asas, convertidas em barbatanas. A sua fonte de alimentação era peixes de tamanho médio, até cerca de metade do seu comprimento total. Os seus principais predadores eram cetáceos e aves de rapina. Em terra o arau-gigante não conhecia predadores e movimentava-se lentamente sem receios inatos.A época de reprodução tinha lugar no Verão e os juvenis chocavam por volta de Junho. Cada casal de araus-gigantes incubava apenas um ovo, amarelado e ponteado de negro, por ano.

O desaparecimento do arau-gigante deve-se apenas à intervenção do Homem. O arau-gigante era procurado pela carne, ovos e plumas, mas este tipo de caça não afectou a sua população em termos globais. Com o advento da exploração marítima do Atlântico Norte, o Homem passou a caçar os araus-gigantes em toda a extensão do seu habitat e nas suas colónias de nidificação. Em terra, era particularmente vulnerável, dada a sua incapacidade de voar e falta de medo de humanos.

Era caçado como alimento por baleeiros sua carne era usada como isca na pesca do bacalhau e da lagosta.

A exploração do arau-gigante colocou a espécie em perigo de extinção entre os séculos XVIII e XIX. Porém, a mentalidade da época tinha uma perspectiva diferente sobre como abordar uma espécie ameaçada. No auge do entusiasmo com o naturalismo, os ovos e exemplares de arau-gigante tornaram-se um item muito apreciado por colecionadores, o que aumentou ainda mais a pressão sobre as suas populações. O último casal foi caçado em Julho de 1844 enquanto chocava um ovo, numa ilha ao largo da Islândia.

Restam cerca de 80 ovos e outros tantos exemplares taxidermizados em museus e coleções particulares.

Um comentário:

Kertwonesty disse...

Sem comentários.
É triste saber como tantos animais foram extintos por nossa responsabilidade, o pior é que ainda muitos estão correndo perigo e provavelmente centenas vão desaparecer nos prócimo 50 anos.