domingo, 29 de março de 2009

Cormorão-de-lunetas

O cormorão-de-Steller ou cormorão-de-lunetas (Plalacrocorax perspicillatus) era uma ave da família dos cormorões que habitava as ilhas do Mar de Bering. Foi descrita pelo naturalista alemão George Steller em 1741, na mesma expedição em que houve o primeiro registro visual do dugongo-de-steller.

O cormorão-de-lunetas media cerca de 1 metro de comprimento, sendo o maior dos cormorões. A plumagem era verde escura, com tons metálicos azulados e uma mancha branca nos flancos. Os machos não tinham penas em torno dos olhos, onde a pele de cor branca parecia descrever um par de lunetas. Outro dimorfismo sexual era a presença, nos machos, de uma crista dupla de penas verde-azuladas, decorada com penas mais finas e longas de cor amarelada que se espalhavam na cabeça e no pescoço. Além disso, as fêmeas eram menores. Suas asas eram bastante reduzidas – com apenas 30 centímetros de comprimento – e assim o cormorão quase não voava. A ave passava a maior parte do tempo na água, não possuía predadores naturais nas ilhas onde se reproduzia.

Por conseqüência, sua falta de agilidade em terra fazia dele presa fácil para os primeiros homens que visitaram o estreito de Bering. Steller, que o descreveu como um pássaro grande, desajeitado e que quase não voava, afirmou que sua carne era deliciosa e que um pássaro era o suficiente para alimentar três homens.

Como o Ártico era uma próspera área baleeira e havia grandes populações de raposas e outros animais de pele valiosa, um fluxo maciço de baleeiros e comerciantes de pele aconteceu na região. As aves eram uma fonte prática de alimento, portanto foram caçados por causa de sua carne. Com uma distribuição bastante reduzida, o cormorão de lunetas não resistiu e foi extinto em 1850.

Pouco se sabe sobre o seu comportamento, apenas que ele se alimentava de peixe.

Com o sucesso científico da expedição, a expedição de Georg Steller retornou a Rússia, mas sofreu um naufrágio na viagem de regresso, a tripulação ficou presa em uma ilha e muitos morreram de frio e escorbuto. Após o inverno, os homens construíram um novo navio e retomaram o caminho de casa. Mas Georg Steller morreu em Tyumen, antes de chegar a Rússia. Sua obra foi publicada após sua morte.

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