segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Foja

Duas expedições realizadas em 2005 e 2007 foram até as montanhas de Foja, no oeste da Nova Guiné. Uma região de 1 milhão de hectares, sendo a maior floresta tropical preservada da Ásia e uma das florestas mais inexploradas do mundo.

A primeira expedição, realizada em dezembro de 2005, foi feita por uma equipe multidisciplinar, com cientistas norte-americanos, australianos e indonésios. Lá eles solucionaram um grande quebra-cabeça: a localização da ave-do-paraiso de Berlepsch (Parotia berlepsch). A ave foi descrita no século 19, com base em espécimes coletados por caçadores nativos e somente agora foi registrada em fotografia. Também foram encontrados ali monotremados (mamíferos que botam ovos) e marsupiais como o canguru de árvore (Dendrolagus pulcherimus), que só havia sido registrado no território vizinho de Papua Nova Guiné e que era considerado extinto. Eles são raros ou quase inexistentes em outras partes da ilha, mas são abundantes em Foja devido a ausência de caça.
A expedição ainda descobriu várias espécies novas. Como uma ave-do-mel de penugem preta e face alaranjada que foi batizada de (Melipotes carolae), 20 anfíbios (entre eles, uma rã de 14 milímetros), quatro borboletas, cinco palmeiras e uma espécie de rododendro branco – também conhecida como azaléia – de 15 cm de largura, podendo ser a maior flor do gênero.

Ao retornarem em 2007, as surpresas não foram menores. Com a descoberta de um rato gigante de 1,4 kg (Mallomys sp.) e uma espécie de gambá pigmeu (Cercartetus sp.), o menor marsupial do mundo. Foja mostra que ainda hoje é possível encontrar lugares com a biodiversidade original preservada e os seres vivos encontrados façam com que o lugar mereça ser chamado de paraíso perdido. Ainda evoca a época dos naturalistas viajantes como Charles Darwin e Alfred Wallace que viajaram pelo mundo quando a biologia ainda estava nascendo.

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