A mutação genética que faz o seu cocker spaniel ter a pelagem preta também produz o mesmo efeito em lobos selvagens. Cientistas mostraram agora que os lobos negros da América do Norte devem sua cor a genes originários de cães domesticados.Mais ainda, trata-se de um raro caso em que uma mutação promovida pelo homem, ao retornar a populações selvagens, produz um efeito benéfico. Com a diminuição do habitat de tundra, onde predominam lobos brancos ou cinzentos, aumenta o de floresta --nas quais a maioria dos lobos tem pelo preto.
Os lobos de pelo preto quase só existem na América. A mutação que lhes confere essa cor provavelmente foi passada às populações de lobos por cruzamentos com cães domésticos (Canis lupus familiaris) trazidos pelos ancestrais dos índios, entre 15.000 e 10.000 anos atrás.A equipe de 15 cientistas, coordenada por Gregory Barsh e Tovi Anderson, da Universidade Stanford, Califórnia, publicou o estudo na edição de hoje do periódico científico "Science".O gene é dominante; basta uma cópia dele para produzir a cor negra. O cruzamento de lobos das duas cores, cinza e negra, produziu uma ninhada de 14 filhotes, dos quais dez tinham o gene e o pelo preto.Não há certeza ainda entre os cientistas do motivo de a mutação ser benéfica aos lobos. Pode ser uma questão de camuflagem, a cor escura melhor adaptada à floresta do que à nevada tundra. Mas o gene responsável pela cor negra do pelo, beta-defensina, também está envolvido na defesa contra infecções."Nossos resultados implicam em que variantes que apareçam durante a domesticação podem ser viáveis na vida selvagem e enriquecer o legado genético de populações naturais", dizem os autores.
Um comentário:
:o
Que interessante. Algo que se pdoria chamar até de "poluição genética" pode favorecer a sobrevida dessa espécie. Quem diria?
Acho que vou soltar minahs calopsitas coloridas na Austrália... =D
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